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25 de setembro de 2011

O progresso das nações: um triângulo com três vértices (democracia, direitos humanos e capitalismo)

A natureza e experiência humanas estão ainda cobertas de mistério. Apesar dos avanços verificados no conhecimento científco e na interpretação e compreensão das diferentes dimensões da existência humana(biológicas, neurológicas, psicológicas, sociológicas, entre outras), há ainda muitas descobertas por fazer, muito conhecimento por construir, muita tecnologia para produzir.

Passaram apenas pouco mais de dois séculos, desde o início desta aventura da razão que permitiu a descoberta e o conhecimento sobre as melhores formas de viver em sociedade, as melhores maneiras de vivermos saudáveis durante mais tempo e com melhor qualidade de vida, as mais eficazes maneiras de comunicar, de concebermos e produzirmos objectos adaptados ao nosso dia-a-dia... tudo isto no pressuposto de que haverá sempre umas sociedades mais avançadas e desenvolvidas e outras em que os modos de existência estão a tentar alcançar esse mundo de progresso e de riqueza.

Os caminhos históricos de uns e de outros cruzaram-se em versões colonialistas, em regimes ditatoriais (militarizados e xenófobos, na maioria das vezes), em formas de exploração humana sem qualquer respeito pelos direitos humanos (como é exemplo máximo, a escravatura, o comunismo e o racismo levados às últimas consequências)... e, por isso, prometeram-nos o éden... o caminho do progresso, da liberdade, da felicidade individual e colectiva estaria a um passo de todos!

Primeiro, a democracia como regime político seria a premissa para alcançar estes objectivos. Depois, o regime capitalista influenciaria os meios de produção, as formas de relação social e económica tranformar-se-iam e os direitos humanos e sociais vigorariam como a mais suprema forma de entendimento social entre forças que se posicionam face a interesses distintos.

E as pessoas? As pessoas seriam as mais beneficiadas de tudo isto. A liberdade de pensamento, de acção, de escolha traria a mais sofisticada das felicidades - o livre arbítrio (racional, solidário e humanista). E para além disso, com a globalização, o caminho para o mundo seria simples: um cada vez maior número de pessoas teria acesso a todas estas possibilidades. Primeiro a Ásia e a América Latina, depois África, e pelo caminho, o Médio Oriente (embora este último tenha surpreendido tudo e todos com a recente Primavera Árabe).

Idealista? Utópica? Foi esta a visão da sociedade que nos venderam, terminados os conflitos armados nos países mais desenvolvidos...

Mas porque é que estamos então a passar pela mais relevante crise social desde o final da segunda guerra mundial nos países mais desenvolvidos?

Dizem que os equílibrios mudaram, que os pressupostos da globalização, mesmo tendo beneficiado muitos milhões de pessoas, afinal, tiveram um efeito boomerang nos países mais desenvolvidos.

Porquê? Porque o capitalismo financeiro triunfou sobre todos os outros modos de organização social - os políticos, os jurídicos, e até mesmo, paradoxalmente, os económicos. Para que o caminho de progresso apontado se tivesse concretizado cada um dos vértices em que se sustenta o progresso das nações não poderia ter perdido importância, mas infelizmente foi o que aconteceu... Restabelecer o equílibrio é fundamental para ultrapassar esta situação!

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