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10 de janeiro de 2010

As auto-estradas e as bermas das estradas

Aproveito esta primeira mensagem de 2010 para desejar votos de bom ano. E aproveito também algumas das ideias recolhidas durante a época festiva para o meu primeiro post do ano.

Discute-se com grande veemência, actualmente, a necessidade de Portugal investir em grandes obras públicas. De um lado os seus defensores admitem que a sua necessidade prende-se com a situação de emergência no que se refere à criação de emprego, e do outro, os opositores afirmam que as mesmas obras são desnecessárias neste momento, acarretando uma despesa excessiva para as possibilidades das finanças públicas. Eu sou uma progressista (por princípio de vida)!

Julgo indispensável termos acesso à utilização do TGV, de um novo aeroporto internacional e de um conjunto de estradas seguras, qualificadas e que permitam a redução das situações de exclusão e desigualdade de um conjunto de populações que por terem a sua localização geográfica em determinados pontos de país são penalizados no acesso à informação, à cultura, à educação, aos cuidados de saúde, etc.

Por isso não faço parte dos opositores aos projectos de investimento em grandes obras públicas, mas temos de conseguir conciliar de modo politicamente inteligente, arquitectonicamente apropriado e socialmente justo a intervenção neste domínio, bom como no ordenamento do território e na gestão quotidiana das cidades e do espaço público.

Gerir o espaço público - nos seus diferentes níveis: nacional, regional, local - é uma tarefa fundamental e que se reflecte nos adjectivos que podem qualificar o nosso país. Sujo, desordenado, inseguro, feio. Ou limpo, organizado, seguro, lindo. Não se trata apenas da escolha das palavras, trata-se sim de um projecto de vida colectiva.

Por isso é preciso dar atenção à construção de auto-estradas, aeroportos, TGV, etc., e em simultâneo aos canteiros, às bermas das estradas nacionais, regionais e das sub-redes rodoviárias locais, às rotundas, aos jardins, às praças, às ruas, às vielas e aos cantos das nossas aldeias, vilas e cidades.

Tive oportunidade de viajar um pouco por uma das nossas regiões nestes dias de descanso entre o Natal e a passagem de ano e foi isso que encontrei. Grandes investimentos bem tratados, arranjados e limpos concomitantes com ruas sujas, flores mortas ou em agonia nos canteiros, rotundas sem jardins, redes de escoamento das águas pluviais a abarrotarem de lixo, casas e equipamentos públicos por pintar, por terminar, descampados em jeito de lixeiras de entulhos, jardins e praças decadentes...

Podemos nós desejar que para este ano se limpem  e se arrumem estas bermas das estradas  e as ruas das nossas cidades, vilas e aldeias? Eu desejo veemente que sim, e provavelmente o resultado seria muito entusiasmante pois teríámos a mesma sensação que temos sempre que entramos nas nossas próprias casas e as encontramos arrumadas, organizadas e limpas. O espaço público e colectivo não tem de ser diferente. E  não tem de ser apenas diferente nos espaços acabados de estrear ou com manutenção garantida... Vamos arrumar o país ajardinando-o e limpá-lo como se das nossas casas se tratasse!

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